Com a revelação de que o mangá The Promised Neverland está
entrando em seu arco final, a velha discussão volta à tona nos fóruns
“especializados” de mangás: quando uma obra deve acabar?
No mercado atual de mangás, obras famosas parecem ter a
obrigação de durar o máximo de tempo possível para poder arrecadar o máximo de
dinheiro possível até saturar e entrar no “esquecimento”. Uma obra de sucesso
meteórico no mundo todo anunciar que não vai durar mais muito tempo é de se
estranhar. E olha que esse mangá é publicado na toda poderosa Shonen Jump, que
não é a mais receptiva a finais de mangás que são considerados de sucesso na
revista. Mas parece que The Promised Neverland conseguiu esse feito, coisas que
muitos de seus antecessores não conseguiram.
Não vou citar o exemplo do meu tão amado Naruto, que até
pode não ter sido estendido pela Jump, mas que teve seu último capítulo
totalmente estragado com aquela penca de filharada que foi apresentada junto
com a triste notícia da continuação chamada Boruto, isso foi..., mas muitos
outros exemplos podem ser vistos na Jump e nas outras revistas do Japão. Acho
que o maior deles é Death Note, que teve sua história claramente concluída no
meio da obra, mas por algum motivo os autores resolveram meter mais personagem
e enxugar até a última gota do mangá. Mas por isso a segunda metade de Death
Note foi ruim? Não, mas isso é mérito dos autores que conseguir deixar o nível
da história alto, mas que teve o dedinho da Jump para a história continuar, isso
teve.
Mas não é sempre que um mangá consegue continuar com uma
história boa por tanto tempo, e um exemplo disso é Bleach, que começou como um carro chefe da Jump junto com Naruto e One Piece, mas foi se perdendo ao
longo do caminho até ser finalizado aos trancos e barrancos no final da TOC.
Mas a discussão não é bem essa.
A verdadeira discussão é: quando um mangá deve acabar? Apesar
de ser bastante comparado as histórias em quadrinhos Ocidentais, os mangás se
diferem muito das obras mainstream dos quadrinhos. Na minha opinião, um mangá
se compara mais a seriados, onde cada série briga com as outras por audiência
para poder se manter no ar e se renovar. E os dois se parecem ainda mais quando
falamos de final, onde uma revista ou um canal podem adiar seu fim para
arrecadar mais dinheiro. Infelizmente o mundo é assim, nem sempre um criador
tem total controle sobre suas obras, esse é um dos fardos de quem faz sucesso
nesses meios. Só cabe aos criadores baterem o pé e imporem suas vontades para
deixarem suas criações como foram concebidas para ser, ou você acha que tudo
tem que ter uma continuação como um tal de Dragon Ball Super aí...
The Promised Neverland não é o melhor mangá, nem é o melhor
da Jump atualmente, na minha opinião, claro (Dr. Stone <3). Tem seus
tropeços, algumas coisas não funcionam muito bem na obra e alguns personagens
são bem ruins, mas no geral é uma boa obra, e conseguir fazer seu próprio fim
ao seu próprio tempo é um grande ponto para esse mangá.
Felizes são aqueles que como Breaking Bad e supostamente The
Promised Neverland conseguem terminar suas obras como querem.
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